Ética e segurança em RFID
É certo que a tecnologia RFID veio facilitar a nossa vida em muitos aspectos, mas até que ponto este facilitar não se torna uma violação de privacidade e até que ponto estarão os nossos dados seguros?
Fazendo uma pequena pesquisa, encontra-se com facilidade várias notícias sobre cartões de crédito, passaportes ou outros tipos de documentos clonados. A clonagem de TAGs RFID é possível e existem até websites que dão umas dicas sobre como esta pode ser feita. O material necessário para esta prática ronda os 250 euros e está disponível na web ou em lojas de electrónica.
Figura 29 - Detector de leitores RFI
Em Julho de 2007, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) realizou um parecer sobre identificação por radiofrequências (RFID), a pedido da Comissão Europeia (CE). Este parecer levanta questões ético-morais, de segurança e invasão de privacidade: “se a RFID não for cuidadosamente controlada, também corre o risco de violar a privacidade das pessoas, de destruir as liberdades cívicas e de ameaçar a segurança dos indivíduos e das empresas.” Este documento apresenta medidas que podem controlar esta invasão de privacidade, tais como: “Os utilizadores da RFID devem tornar públicas as suas políticas e práticas e não devem existir bases de dados secretas com informações pessoais”. No entanto, não foi elaborado nenhuma regulamentação sobre a utilização de RFID e, neste momento, não existe nenhuma norma restritiva da utilização deste produto. A única regulamentação existente é a regulamentação mundial das frequências e das soluções de radiofrequência.
Figura 30 – Logótipo de uma campanha anti-RFID do grupo FoeBuD
Os vendedores desta tecnologia argumentam que não faz sentido haver qualquer outro tipo de regulamentação, mas existem organizações que não compartilham esta opinião, como é o caso da Consumers Against Supermarket Privacy Invasion and Numbering (CASPIAN) e do grupo alemão FoeBuD. Estas organizações intitulam as TAGs RFID como “chips espiões” e argumentam que os seres humanos não devem ser marcados como animais. A FoeBuD, dedica-se a realizar diversas campanhas contra a utilização desta tecnologia. No seu website podem ser comprados vários produtos de propaganda contra RFID e até detectores de leitores de RFID, semelhantes ao da Figura 26.