NOMENCLATURA E NOTAS
SOBRE A MANOBRA
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Em traços mais ou menos gerais, referem-se alguns aspectos
específicos de um navio como a “Sagres”, no que diz respeito ao
velame e à manobra do respectivo aparelho.
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A “Sagres” é uma barca que dispõe de 23 velas, 10 de pano redondo e
13 de pano latino sendo destas ultimas 11 do tipo triangular e 2 do
tipo quadrangular.
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As velas que envergam no sentido proa-popa denominam-se latinas,
as velas que envergam em vergas atravessadas nos mastros traquete e
grande, no sentido BB-EB, denominam-se velas redondas.
Traquete e grande, gáveas e velachos, joanetes e sobres, são velas
redondas. As mezenas são velas latinas quadrangulares sendo
as restantes triangulares.
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Assim, para largar ou ferrar pano, o pessoal sobe
pelas enxárcias dos mastros em degraus chamados
enfrechates, chamando-se ovens aos cabos onde estes estão
fixos.
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Chegado às vergas o pessoal sai do terço, em direcção ao
lais, sobre os estribos e segurando-se aos vergueiros.
Para largar o pano desfazem-se as bichas descendo, o pessoal, em
seguida.
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Para caçar e carregar o pano (latino e redondo) usam-se ordens
especificas identificativas da operação que se pretende,
nomeadamente:
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Para caçar os papafigos usa-se a voz de AMURAS E ESCOTAS ..
AMURA E CAÇA.
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Para caçar as gáveas baixas usa-se a voz de ESCOTAS ...
... CAÇA.
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Para caçar as gáveas altas usa-se a voz de ADRIÇAS ... ...
IÇA.
- Para caçar os sobres, joanetes e pano latino usa-se a voz de
ADRIÇAS E ESCOTAS .. ..IÇA E CAÇA.
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Para carregar o pano redondo usa-se a voz de OBRAS DE ...
CARREGA.
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Para carregar o pano latino usa-se a voz de CARREGADEIRAS ...
... CARREGA
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Denomina-se caçar uma vela à operação de esticar de maneira a
que esta receba e aproveite o vento; à operação contrária, isto é,
retirar a vela da acção do vento chama-se arriar ou carregar a
vela.
- A mezena baixa enverga em duas vergas, a retranca e a
carangueja e, a mezena alta em duas caranguejas. A
retranca é mantida em posição pelos burros e contra-burros;
as caranguejas pelos guardins. Para caçar a mezena usa-se a
escota, mas como também é necessário içá-la há que recorrer à
adriça.
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Para carregar a mezena usam-se carregadeiras: do punho da escota
(1), do punho da pena (2) e da valuma (3,4).
- As velas latinas triangulares, com excepção do gafetope,
envergam em estais. Como a mezena, são içadas e caçadas
respectivamente pela adriça e pela escota. Carregam-se por uma só
carregadeira que sai do punho da pena.
- A
vela grande e o traquete chamam-se papafigos. Aos seus punhos
da escota vão dar três cabos: a escota (1) que serve para
caçar o punho de sotavento ( para onde sopra o vento), a amura
(2) que serve para amurar o punho de barlavento (de onde sopra o
vento) e o estingue (3) que serve para carregar o punho para
a verga.
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Para carregar as testas usam-se as apagas (4) e as talhas
de lais (5). Para carregar a esteira usam-se os brióis,
de fora (6) e de dentro (7).
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As gáveas baixas e os joanetes têm escotas, estingues
e brióis, não tendo apagas nem talhas de lais.
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As gáveas altas envergam em vergas de içar e têm escotas
fixas. As vergas são içadas pelas ostagas. Para carregar
estas velas arriam-se as vergas entrando com as abraçadeiras.
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Os sobres e os joanetes são também içados por ostagas,
mas têm escotas moveis, tendo estingues para carregar os punhos da
escota.
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Para orientar as vergas a um bordo ou a outro - bracear -
usam-se os braços que puxam os laises das vergas para ré.
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Quando o navio for a navegar à vela, amurado a um bordo, isto é,
recebendo o vento por esse bordo, chama-se virar à manobra
pela qual o navio passa a receber o vento pelo outro bordo. Se o
navio passar com a proa pela linha do vento diz-se que virou por
davante metendo-se nesse caso leme de ló.
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Se passar com a popa pelo vento, vira em roda, metendo-se
agora, o leme de encontro. Para a primeira manobra usa-se a
voz de CLARO A VIRAR; para a segunda, a voz é PRONTO A
VIRAR EM RODA.
BIBLIOGRAFIA:
Marinha Portuguesa
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