Navio-Escola "Sagres" ( Atracado no terminal Sul do Porto de Aveiro)

 

Navio-Escola "SAGRES"

Sagres – o Nome

O cabo de Sagres, situado no extremo sudoeste de Portugal, era, desde a antiguidade, considerado uma referência geográfica e associado a uma enorme carga mítica. Era conhecido pelos romanos por Promontorium Sacrum.

O interesse do Infante D. Henrique pelo local só se encontra documentado a partir de 1443, num pedido para aí mandar fazer uma vila. A razão terá sido a evolução crescente dos descobrimentos geográficos que progrediram bastante depois de 1441. Mas mais importante talvez seja o conhecimento, pelo Infante, dos condicionalismos da navegação que passava ao largo da costa algarvia, e que fazia a ligação entre o Mediterrâneo e a Europa do Norte. 

              Os navios que seguiam para norte, quando impedidos de passar à costa ocidental devido às fortes nortadas de Verão, arribavam ao abrigo natural que constitui a enseada de Sagres. 

              Por outro lado, com ventos leste (levante), comuns na região, os navios não podiam permanecer na baía de Lagos, tendo que ir procurar abrigo na enseada de Beliche, entre Sagres e S. Vicente, até estarem reunidas as condições para demandar o estreito de Gibraltar.

              Desta forma, este ponto de paragem favorecia a troca de conhecimentos e experiências dos homens do mar e, ao mesmo,  encontrava-se mais próximo do que Lisboa, dos portos do norte de África, da Madeira e costa ocidental africana que se pretendia “descobrir”. No entanto, Sagres, que pretendia rivalizar com Lagos e Cádiz, nunca se afirmou em pleno. 

               As principais razões prendem-se com a falta de água e terrenos férteis para sustentar uma população numerosa, além da necessidade de importantes meios técnicos e financeiros para fazer vingar o projecto. A prova disso é que largaram de Lagos várias viagens promovidas pelo Infante à costa africana. Foi nestas viagens que os navegadores reconheceram regimes de ventos e correntes, aperfeiçoaram métodos de navegação (estimada e astronómica) para determinar a posição do navio no mar e perceberam quais as características que os navios deveriam possuir para melhor vencerem as dificuldades da navegação no Atlântico, tanto na exploração da costa como na vida a bordo e transporte de mercadorias. 

             Foi esta actividade, levada a cabo com enorme perseverança e determinação, que deu origem à "Escola de Sagres". Assim, a melhor forma de homenagear estes Marinheiros, que foram simultaneamente mestres e alunos, foi dar o nome "Sagres" ao navio-escola da marinha portuguesa. É que Sagres representa a tenacidade na busca do conhecimento náutico e geográfico e a determinação no alcançar dos objectivos estabelecidos.

 

BIBLIOGRAFIA: Marinha Portuguesa

 
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Página mantida e Fotografias de autoria de Miguel Lacerda

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