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Os primeiros passos para a
descoberta da rádio começaram a ser dados em
1863 quando em Cambridge –
Inglaterra,
James Clerck Maxwell
demonstrou teoricamente a provável
existência das
ondas electromagnéticas
unificando toda a teoria de Faraday,
Lorentz, Gauss e Ampere.
Maxwell era professor de
física experimental, morreu e deixou apenas comprovada matematicamente esta
teoria, sem a poder comprovar experimentalmente. A partir desta descoberta
outros cientistas se interessaram pelo assunto. Entre estes pesquisadores
destacaram-se alguns, um deles foi Henrich Rudolph Hertz,
um jovem estudante
alemão que impressionado com a teoria de Maxwell, construiu um aparelho em
1887
onde se verificava a deslocação de faíscas através do ar, assim Hertz conseguiu
passar energia eléctrica entre dois pontos sem utilizar fios. Este aparelho
produzia correntes alternadas de período extremamente curto, que variavam
rapidamente. Com esta
experiência Hertz provou experimentalmente a teoria de
Maxwell que a electricidade viaja através da atmosfera em forma de onda
mas não se apercebeu das vantagens desta experiência.
As ondas
descobertas são as ondas de rádio que também são chamadas de "Ondas Hertzianas"
em homenagem a seu descobridor. Hertz, verificou ainda que, essas ondas se
deslocavam à velocidade da luz, cerca de 300 000 km/s.
No entanto, o primeiro sistema de rádio surge por
intermédio de
Nikola Tesla, um cientista
nascido na Sérvia, que mais contribuiu do
ponto de vista prático e experimental
para a descoberta do rádio.
Em
1895, o
italiano
Guglielmo Marconi
teve conhecimento das espantosas descobertas de
Hertz e do sistema de rádio inventado por
Nikola Tesla.
Marconi chega a falar com Tesla para pedir-lhe detalhes
sobre a construção do sistema de rádio, para assim, o tornar a construir e
registar a invenção como sendo sua, mas Tesla já o tinha registado
antes (no entanto,
existem algumas dúvidas até aos dias de hoje sobre qual destes dois cientistas
inventou o rádio ). Em 1896, Marconi demonstra o funcionamento dos seus
aparelhos de emissão e recepção de sinais na própria Inglaterra e foi nesta
altura que percebeu
a importância comercial da telegrafia sem fios. Marconi foi o
primeiro homem a enviar uma mensagem para o outro lado do oceano e devido à sua
actividade e negócio, ele contribuiu para que a rádio se desenvolvesse, criando
até a primeira companhia de rádio.
Com o
objectivo de melhorar o que foi descoberto até então, surgiram outros cientistas
como o Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (França) que
inventaram o "coesor", um dispositivo que melhorava a detecção das ondas. Não
se imaginava, até então, a possibilidade do rádio transmitir a voz do ser
humano, através do espaço.
No mesmo ano Oliver Lodge inventou o circuito eléctrico sintonizado, que possibilitava
a mudança de estação seleccionando a frequência desejada.
Embora Tesla e Marconi tenham feito grandes progressos, a
transmissão de sons só foi possível com o aparecimento da válvula
de três elementos (tríodo), constituída por uma
grelha, placa e filamento, desenvolvida em
1906 por
Lee de Forest, um americano.
Com o aparecimento desta válvula destacaram-se mais dois homens, o alemão
Von Lieben e o americano Armstrong que utilizaram a
válvula para amplificar e produzir ondas electromagnéticas de forma contínua.
Esta descoberta da válvula e a sua utilização levou ao
estabelecimento de uma ligação radiotelefónica transcontinental, da Virgínia
(EUA) para Paris. O desenvolvimento comercial da rádio foi, após esta fase
inicial, muito rápido. Nos estados Unidos da América assiste-se a várias
tentativas de emissão tanto comercial como amadora. Em
1920 surge a primeira
emissora norte-americana de que há registo, de nome K. D. K. A.
A partir daqui assistiu-se a uma grande
"explosão" de emissoras de rádio e empresas de fabrico de receptores de rádio
utilizando válvulas.
Com invenção do transístor
em
1947
tornou-se possível construir rádios mais pequenos. De uns anos para cá, já
existem rádios com leitores de cassete e leitores de CD. Hoje em dia, é possível
ouvir rádio no computador através de uma ligação à Internet.
Em
Portugal...
Tal como ia acontecendo por
todo o mundo, também em Portugal começava a surgir a febre da rádio. Muitas eram
as pessoas que tentaram construir as suas próprias emissoras de rádio, mas a
primeira estação emissora nacional profissional, surge em Outubro de
1925 de nome, CT1 AA, por intermédio de
Abílio Nunes dos Santos. O
seu projecto foi prosseguido e desenvolvido por um outro homem Américo dos
Santos que fundou então a primeira rádio, a Rádio Graça, em Lisboa.
Em Maio de 1930, viria a surgir a primeira rádio no
norte do país, a Rádio Sonora. Posteriormente, durante a primeira metade da
década 30 vão aparecendo um pouco por todo o país várias estações de rádio que
por esta altura colocavam no ar programas de informação, música e as chamadas
radionovelas. No entanto, a história da rádio em Portugal
fica também marcada em 1975 pela integração de
várias rádios no grupo RDP (Radiodifusão Portuguesa), o que originou a que, as
rádios que não foram integradas neste grupo acabassem por fechar por falta de
ouvintes. Com esta integração, durante alguns anos, não foi permitido aparecer
novas estações de rádio de âmbito privado, o que levou ao surgimento em
1984 das primeiras emissoras clandestinas, as
chamadas " Rádios pirata". Nos finais do ano de 1988
o governo trava a expansão destas rádios obrigando-as a fechar. Com o intuito de
legalizar algumas rádios pirata surge no início de 1989
a nova lei da rádio, que permitiu às rádios piratas com melhores
condições e equipamentos continuar as suas emissões normais.
De facto a rádio não foi fruto do trabalho de um homem só, mas de muitos dedicados homens
de ciência. Justiça se faça a todos que a merecem...e não a um só homem...
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