O azulejo constitui uma das expressões mais
populares e mais requintadas da arte que se faz em Portugal, sendo nele
muitas vezes expressa a história e cultura de um povo ou das gentes de
uma cidade.
Embora a sua origem não seja portuguesa, mas árabe
(Al zulaic), o azulejo foi uma das expressões artísticas que teve no
nosso país, e particularmente em Aveiro, um desenvolvimento muito sui
generis.
Os primeiros trabalhos em azulejos existentes nesta
cidade, remontam ao século XV, coincidindo com o arrancar da actividade
cerâmica como actividade económica de relevo para a região. São hoje
escassos os azulejos dessa época, devido aos inúmeros restauros
realizados. No entanto, ainda se podem encontrar no convento de Santa
Joana exemplares de azulejos deste século, ligados certamente à fundação
deste.
Os painéis de azulejos etnográficos, históricos ou
de figuras populares foram embelezando e dando vida a paredes nuas, com
mensagens de saudade e de amor, que muito contribuíram para uma imagem
de Aveiro com mais policromia e luz. Existem na cidade, dois pontos
fulcrais deste tipo de azulejaria: a casa de Santa Zita e a Estação
dos Caminhos de Ferro.
Diz-se que em cinco séculos não houve país que
produzisse azulejos com tanta qualidade e quantidade como Portugal.
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